Dia desses, me deparei com a frase acima no livro Um Curso em Milagres e fiquei profundamente tocada, pois durante muito tempo sofri as consequências de ser uma pessoa insegura - e estaria mentindo se dissesse que estou completamente livre disso.
Insegurança é uma das formas de manifestação do medo, e ela pode se apresentar de inúmeras maneiras. Ciúme, competitividade, necessidade de aprovação, retraimento, perfeccionismo... Numa perspectiva macroscópica, é possível traçar um paralelo entre o sentimento de insegurança e as guerras. Ainda que existam muitas camadas de dinâmicas geopolíticas envolvidas, no fundo, todos os grandes - e pequenos, e médios - conflitos germinam do medo e da insegurança.
De certa forma, somos condicionados desde a infância para a insegurança. Pais superprotetores, traumas, críticas e comparações, expectativa familiar e social elevadas, exposição a violência, individualismo, culto à aparência... São apenas alguns exemplos de como o medo molda nossas personalidades.
E como, desde os primórdios, lidamos com o medo/insegurança? Fugindo ou atacando.
Sentir-se amedrontado e inseguro não é ruim. "Bom" e "ruim" são apenas palavras criadas por nós para tentar definir coisas que não possuem valor intrínseco além de como reagimos a elas. O medo e a insegurança são reações naturais e importantes para a sobrevivência da espécie. O problema começa quando somos dominados e construímos nossos sistemas de valor, crenças a vida em torno delas! Nesse modelo, o ataque e a fuga tornam-se corriqueiros e para descobrir qual é o resultado disso basta observarmos a situação atual do mundo e a saúde mental das pessoas.
Mas como se libertar do constante modo de ataque? Como lidar com situações, discussões e pessoas que nos desafiam? Acredito que o caminho mais honesto seja acolher nossas vulnerabilidades, reconhecer nossos mecanismos de defesa e questionar suas raízes, tentando encontrar formas saudáveis de lidar com o medo e a insegurança. Repensar nossas relações interpessoais, enxergar o outro com mais compaixão e menos julgamento, respeitar a liberdade alheia em todos os aspectos e tentar, dia após dia, lembrar que todos os seres estão interconectados e que, dessa forma, qualquer ataque ao próximo é um ataque a nós mesmos!
Práticas de auto-observação, meditação, orações e outras técnicas que podem inclusive ser apoiadas em terapias complementares podem nos auxiliar nesse processo de conscientização e transformação de modo que, quando finalmente conseguirmos abandonar a necessidade de atacar, julgar, criticar e controlar, conseguiremos experimentar a segurança plena que reside em nossa essência mais íntima, aquela que é imortal e incorruptível!